segunda-feira, 5 de novembro de 2012

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À eclosão da Primeira Guerra Mundial, somente umas pouquíssimas pessoas pensavam no aeroplano como possível instrumento bélico. A maioria limitava-se ao uso de tarefas de reconhecimento: serviria de "olhos situados além das linhas inimigas". De resto, o aeroplano militar tipo 1914, sem posse de armas, com velocidade de 80 a 120 km/h, teto de 3.000m e reduzido raio de ação, não encorajava propósitos mais ambiciosos. Também por este motivo os beligerantes começaram as operações com número muito exíguo de aeroplanos. No curso de poucos meses, os fatos fizeram modificarem-se as opiniões até dos elementos mais cépticos. Aqueles aeroplanos de madeira e de tela, sem instrumentos de navegação, pilotados por homens corajosos, (pois não dispunham sequer de paraquedas), começaram a chamar a atenção geral, por meio de uma série de ações sensacionais. Depois, no decorrer dos anos, a aviação saiu da adolescência e se impôs, em termos militares, como um fator importante para a vitória. Em cinco anos, nos países que estiveram em guerra, construíram-se cerca de 177.000 aeroplanos: é uma cifra já dá vertigem, quando se pensa que, do ano de 1903 a agosto de 1914, a produção mundial, total fora pouca coisa mais além de 10.000 unidades. No curso do conflito armado, o aeroplano militar se transformou, a pouco e pouco, para se adequar às exigências e às incumbência que se lhe impunham. Do lento aparelho de reconhecimento, desenvolveu-se o avião de "caça monoposto", armado de metralhadora, sendo esta, primeiro manual e, depois, automática; desenvolveu-se o avião de bombardeiro leve e pesado; o avião de ataque contra o solo; o de reconhecimento veloz; o de reconhecimento marítimo, e assim por diante. Em 1918, já existiam aviões de caça em condições de atingir 200 km/h, armados com duas metralhadoras, capazes de voar a 6.000 m de altura; bombardeiros que transportavam até 1.500 kg de bombas, a 140 km/h, a 4.500 m de altura, com um raio de ação de mais de 500 km! Características muito diferentes das dos aviões de 1914.
Durante a guerra, nasceu o primeiro aeroplano do mundo, inteiramente metálico, projetado por Hugo Junkers, e foram criados motores cada vez mais poderosos e, em proporção, mais leves. O desenvolvimento técnico que se conseguiu, entre 1914 e 1918, foi inacreditável. Para se concluir, a Primeira Guerra Mundial, com todos os seus lutos e horrores, foi, não obstante, um fator decisivo a favor da afirmação definitiva do "mais pesado que o ar". Se isto ocorreu, deve-se em parte, aos projetistas e aos técnicos, porém, e sobretudo, aos pilotos que fizeram do aeroplano uma coisa viva e palpitante.